Quero começar este texto com uma posição bem clara: nada justifica a violência nem o vandalismo. Quem faz confusão tem que ser punido. Ponto.

Peguem milhares de pessoas, coloquem juntas, tratem elas como bichos, como gado em um brete de vacinação, com direito a spray de pimenta, pedrada e truculência. O que vocês esperam como resultado? Que elas reajam com a educação de lordes ingleses?

Desta vez foram as pedras na chegada, um brete apertado, uma escada ainda mais apertada (onde teve o bônus de um sprayzinho de pimenta), uma porta minúscula por onde toda a torcida teve que entrar, falta de revista e falta de catracas. Entrava quem quisesse, portando o que quisesse.

Clássico após classico no Beira-Rio a história do tratamento ao torcedor do Grêmio se repete. Mas o que se escuta é, por exemplo, um PROMOTOR dizendo em uma rádio que a culpa por não checarem ingressos e da falta de revista na entrada ao estádio é do Grêmio (oi?).  As matérias dão conta de tratar de formas para se conter os vândalos, os baderneiros (ações que há anos já deveriam ter sido implementadas), mas raríssimas falam do tratamento absurdo a que a torcida é submetida na ida e na chegada ao Beira-Rio.

Se não é má intenção, é incompetência pura e descaso dos responsáveis pela estrutura para receber a torcida do Grêmio. Se esperam que a torcida se comporte decentemente, que se pare com o clima belicoso que é criado a cada clássico na chegada ao estádio, um ambiente propício para a confusão. Se esperam que a torcida responda de forma diferente, hajam de forma diferente, com um mínimo de respeito.

Jogar toda a torcida que vai ao estádio na vala comum da baderna é uma burrice sem tamanho. Enquanto quem deveria expor e discutir isso fica quieto, a torcida do Grêmio segue sendo rotulada, tratada sem o mínimo respeito Grenal após Grenal no Beira-Rio, e quem faz bagunça segue impune.

https://www.youtube.com/watch?v=MfOv6lcfYnk
Vídeo do Thiago Floriano